Os resíduos de serviços de saúde, mais conhecidos como resíduos hospitalares ou lixo hospitalar, são qualquer detrito produzido por instituições de saúde, como hospitais, laboratórios, farmácias, consultórios, etc.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% desse lixo é infeccioso, tóxico ou radioativo. Portanto, o lixo hospitalar é algo perigoso e deve ser descartado de maneira segura.
Existem, no total, cinco classificações para o lixo hospitalar, as quais já nos aprofundamos neste texto. Sendo assim, aqui iremos apenas mencioná-las. São elas: potencialmente infectantes; químicos; rejeitos radioativos; resíduos comuns; e perfurocortantes.
Aqui falaremos de alguns dos males conhecidos que o descarte incorreto dos resíduos hospitalares podem gerar no:
1. Meio Ambiente
A disposição inadequada do resíduo sólido regular no meio ambiente – descarga ao ar livre ou em rios, aterros onde não se aplicam regras de drenagem de líquidos e gases – transformam esses resíduos em poluentes de água, solo e ar, atuando por meio de fatores físicos, químicos e microbiológicos.
Agora, os dejetos gerados por unidades de saúde, necrotérios, consultórios e até clínicas veterinárias, se não receberem manejo adequado, representam um perigo ainda maior.
No caso da poluição hídrica, o contato ou ingestão de uma água contaminada causa sérios danos à saúde, não apenas da fauna e flora ao redor, mas também, é claro para qualquer cidadão que more por perto e que dependa daquele rio como fonte de água.
Sem contar que o odor torna o ambiente bem desagradável e a proliferação de microrganismos na água reduz ou até impede qualquer ser a sobreviver nesse ambiente.
Já o solo é afetado de maneira um pouco diferente, mas não menos destrutiva. Consiste em qualquer mudança na natureza ou na composição da terra decorrente do seu contato com produtos químicos, tornando o solo inútil e infértil.
2. População
O descuido no descarte de seringas, agulhas, ampolas e frascos de vidro é bem comum em todas as cidades. Os hospitais que não fazem a coleta corretamente, sem perceber, aumentam os riscos de contaminação e proliferação das mais diversas doenças.
Segundo a gerente de Segurança do Trabalho da empresa Corpus, Luciana Cassemiro, os trabalhadores que estão na linha de frente da operação de coleta são os mais afetados. “Na operação de coleta manual dos resíduos públicos, que é a forma tradicional de coleta na maioria das nossas cidades, os coletores apanham os sacos com as mãos. Assim, ficam vulneráveis a possíveis objetos cortantes nos sacos”.
No caso das agulhas e seringas, por exemplo, há risco de contaminação por Hepatites B e C, HIV e muitas outras doenças transmitidas pelo sangue. Já houve casos de catadores que tiveram de ser hospitalizados por conta de um arranhão feito em bisturis que não deviam estar naquele aterro sanitário e muito menos dentro de um saco frágil que pode muito bem ser rasgado pelo objeto.
E não são apenas os trabalhadores dos aterros que se expõem ao perigo, os médicos, enfermeiros e os próprios pacientes também podem ser afetados.
Esse lixo hospitalar é a principal causa das temidas Infecções Hospitalares (IH). Infecções essas que acometem os pacientes quando estes ainda estão internados, ou em casos de troca de sangue por seringas infectadas, caso que ocorre com mais frequência em bancos de sangue.
Imagine só, o paciente vai tirar sangue só para ver se sua saúde está tudo em “check” e sai de lá com uma infecção que pode causar até a sua morte.
Isso ocorre, pois os microorganismos que causam essas infecções, por serem originadas na casa de saúde, acabam se tornando muito mais resistentes à medicação.
3. Perigo com as Leis
Um risco bem específico e especialmente elaborado para os gestores e empresários, é o risco de receber multas, embargos e paralisação das atividades de uma empresa.
Existem regras para o descarte dos RSS. Elas estão dispostas na Resolução n° 306 de dezembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Entre elas, uma estabelece que a segregação, tratamento, acondicionamento e transporte adequado dos resíduos é de responsabilidade de cada unidade de saúde onde eles foram gerados.
Ou seja, a empresa que não destinar corretamente os resíduos gerados em seus processos pode sofrer: advertência; multas de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) para infrações leves; apreensão de produto; inutilização de produto; interdição de produto; suspensão de vendas e/ou fabricação de produto; cancelamento de registro de produto; e, por fim, interdição parcial ou total do estabelecimento.
Todas essas punições, além de serem prejudiciais para a sobrevivência do próprio estabelecimento, também mancham a imagem da empresa, afastando os clientes.
Por que o gerenciamento dos resíduos hospitalares é importante?
Depois de tudo que foi dito, você já pode imaginar a resposta para essa pergunta.
Desde o início da década de 90, os esforços para o correto gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde vêm sendo analisados e empregados. Um marco deste esforço foi a publicação da Resolução CONAMA no 005/93, que definiu a obrigatoriedade das casas de saúde em elaborarem o PGRSS (Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde).
O tratamento do lixo hospitalar exige muita atenção e cuidado em todos os processos. Assim, quem atua na gestão de saúde precisa se adequar às normas estabelecidas e estar a par dos protocolos e direcionamentos estipulados pelas esferas municipais, estaduais e federais.
O bom gerenciamento objetiva proteger a saúde da população, reduzir os riscos operacionais durante o manejo e evitar que os insumos prejudiquem o meio ambiente.
Além disso, depois de todo o risco na saúde da população que causam, os resíduos hospitalares levam também a perdas econômicas.
Em resumo, para todos os tipos de organizações, a gestão é essencial para evitar prejuízos financeiros, preservar a imagem do negócio e principalmente minimizar os impactos ambientais que suas atividades podem causar.
Neste texto falamos sobre os riscos que o manuseio incorreto do lixo hospitalar pode causar em toda a vida na terra. Caso queira receber mais conteúdos como este, fique a vontade para assinar nossa newsletter.