A hotelaria hospitalar é uma tática de gestão que consiste em um conjunto de atitudes e serviços baseados na prática de hotelaria clássica, adaptados, é claro, para o ambiente hospitalar, visando proporcionar conforto e qualidade para os pacientes internados.
O conceito de hotelaria hospitalar faz parte do Brasil há menos de uma década, quando se percebeu uma necessidade de corresponder às expectativas dos pacientes. Cada vez mais o conforto, a higiene, o atendimento, eram mais considerados pelas pessoas, além do tratamento de saúde que o hospital oferece.
Hoje em dia, essas expectativas são ainda mais óbvias. Se um paciente fica esperando uma hora na sala de espera, ou se julga que o ambiente está sujo e desconfortável, mesmo que o tratamento venha a curar a doença em questão da pessoa, ainda assim, nem espere que ela vai fazer uma avaliação positiva da casa de saúde.
Quantas vezes você já viu um amigo ou parente contraindicar um hospital puramente pelo ambiente parecer sujo? Ambientes sem higiene passam a impressão de “não confiáveis”, portanto, não é exagero afirmar que a higiene e a manutenção influenciam positiva ou negativamente na percepção de qualidade de pacientes e acompanhantes.
Nem começamos a falar dos impactos que a hotelaria hospitalar tem na própria saúde dos pacientes. Godói afirma que a hospitalidade pode e reduz o sofrimento de clientes de saúde e dos familiares por meio do acolhimento.
Sem contar que um ambiente bem higienizado e asseado, portanto com menor carga de contaminação possível, é contribuição básica para a redução da transmissão de infecções, sendo condição primária para um ambiente profissional de saúde que se propõe eficiente, eficaz e efetivo.
Hotelaria hospitalar e higienização hospitalar
A limpeza hospitalar já é algo intrínseco ao conceito de hotelaria hospitalar. A equipe que presta serviços de limpeza, em um modelo de gestão de hotelaria hospitalar, deve receber treinamentos específicos, de forma contínua e permanente, para evitar os riscos inerentes aos agentes biológicos e para prevenir acidentes e doenças ocupacionais relacionadas às suas atividades.
Ou seja, a higienização hospitalar preocupa-se em estabelecer medidas que auxiliem no controle da infecção hospitalar, focando-se no treinamento dos profissionais e definição de objetivos e propostas preventivas.
Como o serviço de limpeza é geralmente visto como um trabalho “fácil” – quando claramente não é – muitos gestores acabam não dando muita importância para o treinamento desses colaboradores.
Pior erro!
Hoje, a limpeza de hospitais no Brasil é uma prática regulamentada pela Anvisa. E, entre todas as atividades da Limpeza Profissional, é a que requer o grau mais extremo de especialização
Principalmente em hospitais e laboratórios, existem equipamentos que necessitam de uma limpeza específica e especializada. Portanto, a falta de atenção na limpeza hospitalar é sinônimo de descontrole de doenças e infecções e, possivelmente, muitas mortes.
Não há dúvida que uma empresa para ter qualidade em seus produtos e serviços depende, basicamente, da existência de um lado padrão de qualidade para a atuação das pessoas que emprega, e isso, não é diferente para as casas de saúde.
Como ninguém nasce sabendo, uma pessoa que vai desempenhar uma dada função deve receber educação para executá-la, permitindo o desenvolvimento de suas habilidades, em padrão ético adequado, com treinamento contínuo, para garantir o sucesso de um serviço em uma instituição produtiva.
Tipos de limpeza
Há algumas diferenças quanto aos procedimentos da limpeza hospitalar e suas nomenclaturas.
A limpeza propriamente dita é a primeira etapa, onde ocorre a remoção da sujeira e detritos das superfícies, incluindo matéria orgânica, como sangue e fluidos corporais. Nesse momento são utilizados equipamentos tecnológicos, como os que fazem a limpeza a vapor.
Esta tarefa exige total atenção à questão microbiológica. Assim, é fundamental avaliar os tipos de superfície a serem limpas, o grau do risco de contaminação, o tempo de contato, a segurança na manipulação de químicos e o descarte dos resíduos após a limpeza.
A desinfecção é o processo de eliminar a maior parte dos micro-organismos presentes no ambiente.
É realizada em superfícies e objetos, como trilhos de cama, maçanetas, telefones e controles remotos dos quartos dos pacientes. São itens que, em uma limpeza comum, podem passar despercebidos, mas em um hospital são prioritários.
Para isso, é feito o uso de produtos específicos, como os quaternários de amônio, hipoclorito de sódio, álcool 70%, água sanitária e outros produtos químicos.
Já a esterilização é o processo de destruição total da vida microbiana das superfícies, incluindo fungos, vírus e bactérias, a partir da utilização de agentes físicos e químicos, além de equipamentos de vapor saturados sob pressão.
Além do ambiente, os equipamentos e instrumentos médico-cirúrgicos utilizados nos procedimentos, bem como, roupas e campos cirúrgicos, quando não podem ser descartados de forma adequada, também são submetidos a procedimentos de esterilização.
Os métodos de limpeza são determinados pela superfície, quantidade e tipo de matéria orgânica, e pelo propósito da área a ser limpa. Cuidados como a esterilização de produtos que são manuseados por muitas pessoas, bem como a limpeza e manutenção periódica de ambientes, e a higiene corporal, são fundamentais no processo de prevenção de doenças.
Limpeza Terminal
A limpeza terminal é aquela que acontece imediatamente após a alta de um paciente. Ela é feita para que não haja perigo do paciente anterior não contaminar, sem querer por meios dos aparelhos e objetos do quarto, o próximo paciente.
Uma limpeza terminal bem realizada, de forma eficiente e rápida, permite maior rotatividade dos quartos, diminuindo as filas de espera dos pacientes, para os mais diversos procedimentos médicos.
A redução da estadia desnecessária aumenta consequentemente o giro de leitos, a capacidade de internações e realização de cirurgias. Este é um dos temas mais importantes atualmente, por conta da pandemia do Covid 19.
Devido à grande demanda da população por produtos para proteção e combate deste vírus, a logística para manter os estoques de produtos envolvidos na higienização e desinfecção dos hospitais também precisou ser melhorada. Além dos produtos de limpeza, são necessários estoques de EPI ‘s (Equipamentos de Proteção Individual), como botas, aventais, luvas, toucas, óculos e máscaras.
Por conta de todas as leis relacionadas à higiene hospitalar, boa parte dos hospitais optam por contratar uma empresa terceirizada e especialmente qualificada para esse serviço. Isso porque as terceirizadas já conhecem e são familiarizadas com todas as normas, todos os produtos aprovados pela Anvisa e todas as técnicas mais efetivas, por vezes sendo até mais sustentáveis também.