Você sabe para onde vai todo o lixo descartado pela sua empresa? Se você quer buscar à sustentabilidade na sua empresa, deveria começar a se preocupar com essa pergunta.
As políticas públicas no Brasil tratam de forma específica as áreas do saneamento básico separando-as em quatro componentes: tratamento de água, coleta de esgoto, tratamento de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais. Cada componente tem uma forma única e específica de ser tratado e descartado.
Para não bombardeá-los com uma grande quantidade de informações, vamos nos concentrar nesse texto sobre o descarte de resíduos sólidos.
O que são resíduos sólidos?
Resíduos sólidos são todos os materiais descartados que chegaram ao fim de sua vida útil. Existem várias formas de separar os resíduos sólidos, de acordo com sua origem, risco de contaminação, entre outros aspectos. Os principais são:
- Resíduos urbanos: é o lixo gerado por residências, comércios, varrição de feiras, poda e capina.
- Resíduos de construção civil: lixo gerado por entulho, solos descartados, madeiras, latas de tintas, gesso entre outros componentes de construção urbana. Representa 60% do lixo produzido por uma cidade, sendo que 70% desse montante poderia ser reciclado.
- Resíduos industriais: gerados pelas mais diferentes indústrias como a química, alimentícia, têxtil, metalúrgica, automotiva, papelaria entre outras. O descarte desses materiais em local inadequado traz sérios riscos ao meio ambiente poluindo o solo e os mais diversos cursos de água.
- Resíduos hospitalares: lixos originados nos serviços de saúde como hospitais, clínicas, veterinárias, centros de saúde consultórios odontológicos e farmácias.
- Resíduos radioativos: podem ser gerados na produção de combustível para reatores, armamento ou medicina nucleares e radioterapia.
- Resíduos agrícolas: gerados pela sobra da atividade agrícola, pecuária, restos de colheita, esterco, ração entre outros.
- Resíduos eletrônicos: o nome auto-explicativo, alguns exemplos que podem ser citados são os monitores de computador, celulares, televisão, câmeras, etc.
Conheça os caminhos de destinações dos resíduos sólidos
No Brasil, existem quatro tipos de descarte de lixo, nem todos considerados ecologicamente corretos para o meio ambiente e saúde humana. São eles:
1. Lixão
O destino mais comum para onde o lixo é levado. Infelizmente, não é porque é o mais comum, que seja o mais correto e adequado.
O lixão é um lugar a céu aberto onde o lixo é jogado sem tratamento, sem preparação prévia e sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.
Não há preocupação em identificar os resíduos de alto e baixo risco de contaminação, consequentemente não tendo nenhuma preocupação em sua separação. Também não há critérios técnicos a respeito da disposição do lixo, o que pode ocasionar em pilhas muito altas e eventuais desmoronamentos.
A proliferação de insetos que transmitem doenças, contaminam o ar, o solo e os lençóis freáticos, é enorme no lixão, sem contar o mau cheiro que exala constantemente.
Além disso, os gases gerados pela decomposição geral podem causar incêndios e é muito comum encontrar catadores vivendo nessas regiões, correndo severos riscos de saúde.
2. Aterro controlado
É uma espécie de meio-termo entre o lixão e o aterro sanitário.
A ideia é minimizar os impactos ambientais com uma técnica de disposição dos resíduos sólidos no solo e cobertura por um material inerte para evitar a propagação dos gases. Trata-se de uma solução eficaz na proteção ambiental e da saúde pública, mas só até certo ponto: sua qualidade é inferior à do aterro sanitário e costuma apresentar falhas, como a contaminação de lençóis freáticos e consequente contaminação da água.
3. Aterro sanitário
O aterro sanitário é onde há cuidado com os gases e o chorume gerado pelo lixo e o destino mais adequado para os resíduos sólidos não recicláveis.
Eles funcionam sob as normas que visam diminuir os danos causados ao meio ambiente e às comunidades no entorno. Os aterros deveriam ser compostos apenas de não recicláveis, mas a coleta seletiva ainda não é realizada conscientemente por grande parte da população, o que resulta em muitos resíduos de plástico, vidro, papel e outros entre o lixo apropriado para o aterro.
Eles são construídos em locais afastados das cidades para evitar a contaminação do solo, da água e do mau cheiro. Essas coisas, porém, não devem acontecer durante as atividades apropriadas do aterro. Ele é construído sobre uma base de drenagem de chorume, o solo é impermeabilizado e há um sistema de drenagem dos gases em seu interior. As normas ambientais também exigem um sistema de monitoramento ambiental, entre outras garantias de que o serviço do aterro seja seguro e ecológico.
4. Incineração
A incineração consiste na queima de resíduos. É um processo que reduz significativamente o volume de lixo e destrói os organismos causadores de doenças. O material que sobra após a queima pode ser reciclado ou levado a um aterro sanitário.
A desvantagem desse procedimento é a poluição do ar causada pelos gases tóxicos.
Podemos ver, então, que o aterro sanitário é o único destino que, tecnicamente, não prejudica o meio-ambiente e a comunidade em volta. E ainda assim, no Brasil, em muitas cidades não existem aterros sanitários.
Os outros destinos deveriam e são muitas vezes repensados pelas empresas sustentáveis, já que seus gestores sabem que uma empresa sustentável significa maior economia de matéria-prima, energia e água, saúde e conforto de seus colaboradores e uma boa impressão da sua empresa na mente dos consumidores.
É aí que entra a Coleta Seletiva!
Coleta Seletiva como alternativa para o meio ambiente
Coleta Seletiva é a coleta de resíduos que podem ser reciclados, que devem ser previamente separados gerador do resíduo (seja empresa, moradia, etc.) e disponibilizados para a coleta separadamente.
Evidentemente, cada resíduo tem seu tipo de reciclagem específica, o processo de reciclagem de uma lata de alumínio, por exemplo, é diferente da reciclagem de uma caixa de papelão. Porém quem faz esse essa análise e triagem é à própria estação de coleta seletiva. Cabe apenas aos geradores dos resíduos (casas ou empresas) à separação do lixo seco reciclável, em uma caixa ou sacola separada.
O destino da coleta seletiva é mil vezes mais benéfico para a natureza e para a população, já que seus destinos são:
Reciclagem
Consiste, basicamente, da reintrodução dos resíduos no processo de produção como novos produtos. É uma prática que precisa ser difundida, especialmente pela economia de energia gasta nos processos de produção e pela diminuição na utilização de matéria-prima virgem. A reciclagem é apenas uma das possibilidades do 8R’s e é voltada para os resíduos secos.
Compostagem
Voltada para o processo de decomposição de matéria orgânica contida em restos de origem animal ou vegetal. A compostagem tem como resultado o adubo. É muito prático a transformação de orgânicos que seriam jogados fora, para usá-los em benefício das plantações. Para ser aplicado aos resíduos sólidos urbanos, necessita-se de um rigoroso processo de triagem de sua fração orgânica para livrá-lo de componentes tóxicos ou perigosos.
Neste texto falamos sobre a destinação do lixo sólido produzido pelo meio urbano e, porque devem ser repensadas. Se gostou do conteúdo assine nossa newsletter para receber notificações sobre mais textos como esse.